Laurinha chega em casa toda animada e começa logo a contar para a mãe como foi seu dia no centro:
– Mãe, hoje nós estudamos sobre reencarnação.
– Que bom, filha! O que você aprendeu?
– Aprendi que temos que ser pessoas boas para receber coisas boas nessa e na outra encarnação.
– Muito bem, é isso mesmo! – respondeu a mãe.
– Aprendi também que Deus não pune ninguém, que existe uma lei de ação e reação, que tudo o que a gente faz retorna para gente, pode ser bom ou ruim, depende do que você faz.
– Nossa! Essa aula foi boa mesmo!
Laurinha baixa a cabeça e diz:
– Então…
– Então o quê?
– Então? E quando a gente não consegue ser assim tãão bom?
– Daí talvez você não receba todas as bênçãos que Deus poderia te dar, se fosse melhor.
– Ah, tá! E se a gente tem uma discussão com um amigo e deseja algum mal a ele?
– O que tem?
– A gente vai pra um lugar feio quando morre? Acontece com a gente o que desejamos pro outro?
– Se for somente uma discussão boba, coisa passageira, não quer dizer que você vá para um lugar feio ou que vá acontecer algo de ruim. Ficam em lugares assim pessoas que pensam muito no mal, fazem coisas ruins, desejam o mal do outro… Entendeu?
Laurinha levantou a cabeça, com ar de quem ainda reflete sobre algo e responde:
– Entendi sim, mamãe, foi isso mesmo que pensei.
Pega suas coisas e vai em direção do quarto. Pensativa, reflete um pouco mais e resolve fazer uma oração:
“Deus, você viu que quem começou a discussão foi a Priscila. Aí eu fiquei com raiva e desejei que ela caísse da cadeira mesmo. Na hora que ela caiu, o Senhor viu que eu dei uma risadinha. (Mais do que depressa tentou consertar.) Mas como ela não se machucou eu não preciso passar por isso também, né?”
Ia terminar a oração, quando pensou melhor e completou:
“Ah! Não sei se o Senhor se lembra, mas a semana passada eu escorreguei e caí na poça d’água… se a gente for pensar bem, eu até paguei antes da hora pelo meu pensamento ruim de hoje. Sendo assim, está 1×1. Posso considerar assim? Assim Seja.”
E ainda pensou: “Ufa! Ainda bem que eu pensei rápido!”
Texto do livro: Tem espíritos no banheiro?
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