As crianças estavam aprendendo sobre o início do espiritismo e a professora começou a explicar que as pessoas se reuniam nas casas para conversar com os espíritos através de batidas nas paredes e mesas que giravam. Ela explicou que tudo parecia um espetáculo. Alguns faziam perguntas e os espíritos respondiam através de batidas, e deu um exemplo:
– Quando queriam que o espírito respondesse sim ou não eles combinavam. “Se a resposta for sim, bata duas vezes, se a resposta for não, bata uma vez.” E assim, eles conseguiam se comunicar.
Pedro levantou a mão e perguntou:
– E quem batia na parede?
– Os espíritos – respondeu a professora.
– Mas os espíritos não passam pela parede sem fazer barulho? – perguntou Caio.
– Ah, sim, mas quando querem também agem sobre a matéria, provocando ruído. E naquela época, queriam chamar a atenção para provar que eles existiam.
– E as mesas que giravam e dançavam? – perguntou Ana.
– As mesas obedeciam ao mesmo mecanismo das batidas. Os homens faziam as regras e elas giravam, para um lado, se a resposta fosse sim, e para o outro, se fosse não. E assim, eles conseguiram formar palavras ditando as letras e conseguiram saber mais sobre a vida dos espíritos.
– Nossa! Isso é bem legal.
– É sim, mas hoje já não fazemos mais isso, porque temos médiuns que já aprenderam que podem se comunicar com os espíritos de forma mais fácil, sem precisar usar objetos como instrumentos.
Os alunos saíram da sala muito empolgados com tudo o que ouviram. Uns diziam ter medo, outros mostravam que já sabiam da história. Laurinha estava muito entretida com seu estojo novo e quase não prestou atenção a tudo o que foi dito na aula.
Chegou em casa e seu pai perguntou o que ela havia aprendido na aula, ao que Laurinha respondeu:
– Um negócio de roda gigante.
– Roda gigante?
– É.
– Que roda gigante?
– Aquela que quando começou o espiritismo todo mundo fazia um espetáculo.
– Não estou entendendo, filha.
– Pai, eu não prestei muita atenção nessa aula, mas vou te contar tudo: “Quando o espiritismo começou os espíritos fizeram uma roda gigante que falava. As pessoas perguntavam e se ela rodava pra um lado era sim, se rodava pra outro era não. Então as rodas gigantes falavam com os homens. Entendeu?”
– São MESAS GIRANTES e não RODAS GIGANTES!
– É??? Ah, pai é quase igual. Sabia que elas também dançavam?
E foi logo falando com voz grossa “a dança das rodas gigantes”… quer dizer “ das rodas girantes”. “Ops, das mesas girantes”. Que confusão devia ser, já pensou no tamanho do salão?
Texto do livro: Tem espíritos embaixo da cama?
Para saber mais:
A influência dos espíritos sobre a matéria: Diante do fenômeno das mesas girantes, Allan Kardec descobriu, que elas não se moviam sozinhas. E concluiu que eram os espíritos que pegavam as energias do mundo (fluido universal) para movimentar as mesas.
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