Na aula do centro espírita as crianças aprendiam sobre encarnação. A professora explicava que encarnado é o espírito que vive na Terra, considerado “vivo” e desencarnado é o espírito que vive no plano espiritual, considerado “morto”.
As crianças falavam entre si sobre o assunto quando Laurinha levantou a mão e perguntou:
– Professora, por que tem esse nome difícil: encarnado e descarnado?
– Você quer dizer encarnado e desENcarnado, Laurinha? – pergunta a professora.
– É, foi isso que eu falei – responde.
– Tem o nome de encarnado quando o espírito está na Terra e tem um corpo físico, vive na carne.
Pedro interrompe a professora e diz:
– Por isso tem carne no nome?
– Sim, por isso mesmo – responde a professora. – Encarnado quer dizer “na carne”.
Pedro continua:
– E desencarnado quer dizer “sem carne”?
– É isso mesmo! Se encarnado significa que tem carne, desencarnado significa que não tem.
Então Laurinha responde:
– Ah, agora entendi. Por que no espiritismo tem tanto nome difícil, professora?
– Na verdade não é tão difícil assim. São apenas palavras novas para dar nome a tantas coisas novas que o espiritismo nos trouxe.
Clara levantou a mão e falou:
– Esse negócio de encarnado e desencarnado vale para animais também, professora?
E Marcos resolve também emendar:
– Vale também pra frango e peixe?
Antes de a professora responder, Laurinha interrompe:
– Claro que não! Nesse caso é enfrangarnado e empeixarnado, né?
A professora bem que tentou explicar que essas duas palavras não existiam, mas já era tarde demais, pois todos estavam rindo muito!
Texto do livro: Tem espíritos embaixo da cama?
Para saber mais:
Novas palavras: Palavras novas surgiram no espiritismo para facilitar o entendimento de algo novo que surgia. Assim explica Allan Kardec, inclusive para definir o que era o Espiritismo, em O livro dos espíritos. E diz que o ideal seria uma língua perfeita, onde cada ideia tivesse a sua representação por um termo próprio, uma palavra para cada coisa.
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