As mães sempre buscam uma explicação sobre o por quê de ter um filho especial, com esta ou aquela deficiência, comento aqui a visão espírita.
Este é um assunto tabu, delicado e sensível. Por quê?
Porque muita gente evita falar sobre ele.
Porque quando nos tornamos pais queremos que os filhos sejam perfeitos, mas o que é ser perfeito? Será que o perfeito existe?
Às vezes me pergunto por que as pessoas não veem o deficiente físico como homem.
Elas pensam que um deficiente não pensa, não tem inteligência… Mas estão muito enganadas! Podemos não falar, mas pensamos e existimos!
Nós, deficientes devemos mostrar para o mundo o quanto existimos, o quanto estamos vivos com nossos pensamentos muitas vezes incompreendidos.
As pessoas pensam que somos mortos-vivos, mas na realidade somos escolhidos por Deus para mostrar para a humanidade o quanto somos fortes.
Eu me pergunto por que as pessoas hoje ainda têm preconceito com deficientes.
Todos devem saber que somos apenas deficientes físicos, mas somos pessoas com sentimentos e temos amor, dor, alegria, tristeza, como todos os seres humanos.
Nós, deficientes, somos apenas limitados fisicamente, ilimitados mentalmente.
Extraído do livro “Me leva que eu vou” de José Roberto Bueno
Uma das possibilidades mais comentadas é a hipótese do suicídio, que sim, pode ocorrer, mas não é uma regra.
No livro “Nas bençãos de Chico Xavier” de Antonio Demarchi temos uma história muito bonita que conta a vida de uma mãe que leva o filho até o Chico Xavier para conseguir um auxílio.
Esta é UMA história, um caso de uma pessoa. Neste caso foi um suicida sim, mas nem todos os casos são assim.
Quando nós não conseguimos explicações científicas/ médicas nós queremos respostas e vamos buscá-las em outros meios.
No Capítulo V do Evangelho Segundo o Espiritismo – Bem aventurados os aflitos, nós temos o consolo na parte: As causas anteriores das aflições. Ou seja, Kardec nos explica que aí pode estar a resposta para o que não conseguimos explicar aqui.
Tem dois livros da Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho que falam sobre pessoas especiais: “Deficiente Mental, por que fui um?” são várias histórias que nos faz ver que não existe uma regra. Que as pessoas são diferentes, portanto, são motivos diferentes que podem fazer com que elas venham a nascer desta forma.
Kardec no livro dos espíritos no Capítulo VII na parte Da volta do Espírito a vida corporal – Idiotismo e loucura – Antigamente utilizava-se o termo idiotia para qualquer problema mental ou deficiência. Hoje não se usa mais este termo.
Pergunta 371 até 378 nós temos algumas explicações sobre este tema. E ele vai nos dizer que este espírito que está preso a este corpo, muitas vezes, é mais inteligente do que supomos e que sofrem com a insuficiência do corpo físico para se comunicar.
Então, muito se fala sobre o suicídio, seres errantes que todos nós somos e sobre as expiações que temos que passar pelos erros cometidos no passado.
Então sim, essas pessoas podem ter sido suicidas ou terem utilizado de forma errônea a inteligência ou abusado dela numa outra vida.
No entanto nós também precisamos falar aqui de espíritos que vêm com determinadas missões.
Também temos espíritos muito evoluídos que aceitam um corpo deficiente para auxiliar uma família a passar por uma evolução, ou seja. Algumas reencarnações são impostas desta forma por ser uma prova ou uma expiação e outras são escolhas dos espíritos para sua evolução e também auxiliar na evolução deste núcleo familiar.
No livro “O Céu e o inferno” de Kardec, tem a história do Charles de Saint – Germain (idiotia) – 1860 – onde eles invocaram o espírito de um jovem de 13 anos enquanto dormia e conversaram com ele. Ele conta que quando está dormindo se sente mais livre e tem consciência de tudo o que está passando, mas enquanto está desperto não. Que ele estava nesta condição não porque tinha escolhido, mas porque tinha sido imposto por erros que ele cometeu no passado e que ele estava aprendendo muito com esta “prisão” que era o corpo.
Muitas vezes os pais se perguntam, mas “por que comigo?”, tem um livro da Vera Lúcia que tem este título.
Acho interessante falar sobre o processo de reencarnação quando todos falam que nós escolhemos os nossos pais, que é um processo conjunto. Volto a dizer “é o que acontece com a maioria”, mas tem exceções também. Algumas reencarnações são impostas.
Mas o processo reencarnatório é muito bonito, pra quem não assistiu o filme “Deixe-me viver” eu recomendo porque fala de aborto e aceitação dos pais também, mas sobretudo porque explica essa parte de como é a reencarnação.
Precisamos aprender parar de culpar.
Não é culpa de ninguém. Os pais não fizeram nada de errado para merecer isso. Muito pelo contrário, são os maiores beneficiários porque aprendem muito mais sobre amor do que qualquer outra pessoa.
O livro “Por que comigo?” da Vera Lúcia Marinzeck, conta a história de uma família e mostra o lado da aceitação dos pais em relação ao filho quando recebem o diagnóstico.
Eu conversei com duas amigas que têm filhos especiais: Fabiana Louzane e Danielle Carvalho.
Elas nos explicaram como foi o momento do diagnóstico, reações, família, apoio e a espiritualidade.
Ambas buscaram explicação espiritual para o que estava acontecendo. Confira o vídeo: