As crianças conversavam animadamente, quando Felipe falou:
– Na minha casa tem um quadro com a foto de Deus.
– Foto de Deus? Como ele é? – disse Guilherme.
– Normal.
– Normal como? – indagou Estela.
– Normal é normal.
– Mas Deus não tem forma! – expôs Lucas.
– Tem sim. Ele tem cabelo comprido, barba e usa um vestidão branco comprido – explicou Felipe.
– Esse daí não é Deus, é Jesus – quis explicar Laurinha.
Felipe olhou para o céu, pensou, pensou e ficou na dúvida. Olhou bem para o rosto de sua amiga e disse:
– Você tem certeza?
– Claro! Deus não possui uma forma específica. Jesus foi um homem como nós, por isso que ouvimos a professora falar que “é nosso melhor exemplo de homem na Terra”, é filho de Deus como nós, é nosso irmão. Esse do quadro só pode ser Jesus!
Felipe, meio constrangido com a confusão, baixou a cabeça e, de repente, explodiu:
– E agora? O que eu faço?!
– Calma! Não precisa gritar! – voltou Guilherme, sem entender a atitude do amigo.
– Sempre que eu faço uma oração, olhando para o quadro, eu o chamo de Pai, mas ele é meu irmão!!! E agora?
Os meninos deram risada, mas não ousaram zombar do amigo, quando Laurinha falou:
– Eu acho que ele já se acostumou com essa confusão.
Felipe mais uma vez parou pensativo e por fim chegou à conclusão:
– Pensando bem, eu gostei mais de saber que ele é nosso irmão!
– Por quê?
– Assim eu tenho dois pais e um irmão mais velho! Contente, ele pegou suas coisas rapidamente e saiu correndo. Os amigos não entenderam tal atitude e gritaram:
– Para onde você vai?
– Já que ele é irmão mesmo, vou pedir um favorzinho!
Texto do livro: Tem espíritos no baheiro?
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