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Música: linguagem universal

A música é a linguagem universal, nos acompanha desde o ventre materno e está presente em quase todos os momentos de nossa vida, na natureza e até mesmo na melodia de nossa voz enquanto falamos. Nos batimentos do coração, nos movimentos da placenta ainda dentro da barriga da mãe, nas ondas do mar, nas ruas, na televisão, no nosso inconsciente, nas lembranças, ela está em todo o lugar e dificilmente alguém conseguiria se imaginar vivendo sem a presença da música.

Durante a sessão musicoterapêutica o paciente é estimulado em sua criatividade através de vivências de expressão sonoro musicais, escuta musical, percussão corporal, percussão instrumental, expressão corporal, expressão vocal, improvisação livre e referencial e atividades criativas de apoio a musicoterapia, entre outras.

Além disso, a vibração sonora organizada musicalmente pode produzir secreções hormonais responsáveis pelo relaxamento e sensação de prazer, ajudando também no metabolismo e aumentando a imunidade. A memória melhora, pois a informação sonora possui uma infinidade de códigos que ocupam espaço no cérebro, estimulando-o também no raciocínio, na coordenação motora e espacial. A música possui uma linguagem simbólica rica como a dos os sonhos e ao mesmo tempo pode ser organizada ritmicamente e harmonicamente, ou propositalmente desorganizada.

Nos aspectos emocionais, psicológicos e sociais, a música, através das canções e dos instrumentos musicais (objetos intermediários e integradores), funciona como um canal de comunicação, tanto com o mundo interior, quanto com o exterior. Esses dados observados pelo olhar e ouvidos do musicoterapeuta são de suma importância a cerca de comportamentos e crenças e utilizados no momento apropriado como feedback para a aproximação do ser de seus próprios sentimentos e bloqueios. Busca-se com isso o retorno à espontaneidade e individualidade que o aumento da consciência de si traz, junto com um novo sentido, novas possibilidades e também uma ressignificação de vivências traumáticas. A diminuição da resistência provocada pela propriedade facilitadora da música resulta muitas vezes na sublimação de impulsos.

Outros objetivos são os de produzir uma atmosfera agradável no grupo durante a sessão, aperfeiçoando habilidades de escuta e afetividade entre os participantes. Já um atendimento individual quando indicado, pode trazer informações mais específicas sobre a história pessoal e familiar de cada um através de uma prática chamada autobiografia musical.

Enfim, espera-se com essas breves palavras, demonstrar um pouco do que a musicoterapia pode auxiliar no progresso do processo terapêutico inter e/ou multidisciplinar, já que até mesmo as últimas descobertas no campo da genética atestam que a nossa descendência musical está registrada em nosso DNA. Em última análise, a busca final é o aumento do silêncio interior, das pausas de reflexão e paz para um maior aconchego interno, devolvendo a pessoa a si mesma. Para finalizar, uma frase de William Blake traz uma mensagem significativa e musical para todos aqueles que pretendem superar um desafio grandioso como o do conhecer- se a si mesmo: “A eternidade está no amor com as produções do tempo”.

Clarissa Bruns – Musicoterapeuta

Postado por Claudia Aldana em seu blog pessoal.

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