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The Mistery Man

Nesta sexta-feira, dia 06/09/2024 tive a oportunidade de visitar a exposição “The Mistery Man”, uma exposição feita com base nos estudos do Santo Sudário, que neste momento está em Barcelona, na Basílica Santa Maria del Pi.

Entrada da igreja/ fora da exposição

Explico um pouquinho…

 

O santo sudário

O Santo Sudário, também conhecido como “mortalha de Turim”, é o tecido que foi utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo depois de sua morte. Jesus teria sido envolto com este “lençol” (de 4,3 metros) e deixado em sua cova.

Este lençol vem sendo investigado ao longo dos anos porque segundo os estudiosos, existem marcas da silhueta ventral e dorsal do Cristo morto.

De acordo com os estudos sobre este tecido, ao longo dos tempos, se nota que além da silhueta visível ele teria volume, como se fosse uma imagem 3D, algo completamente inusitado e inexplicável, mas que alguns creem que pode ter ocorrido por causa da manifestação da ressurreição.

Imagem tridimensional
Negativo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Além da tridimensionalidade incomum, as marcas do Santo Sudário são como um negativo (de fotografia) onde é possível verificar características físicas e os ferimentos de Jesus, compreendendo um pouco mais o que ocorreu em sua morte.

A partir de todas essas evidências e com a ajuda da tecnologia foi possível a reconstrução do corpo de Jesus em tamanho real.

 

A exposição

A exposição foi dividida em cinco salas:

Sala 1 – Paixão de Jesus

Onde é representada a história da Paixão de Cristo com os quadros mais conhecidos, desde a Santa Ceia até a Crucificação. Abaixo dos quadros estavam expostos materiais recriados e/ou encontrados da época, como por exemplo as moedas (denários), a coroa de espinhos (que na verdade não era uma coroa, senão um capacete com espinhos também no alto da cabeça), chicotes utilizados na tortura de Jesus, lanças e a tábua com as inscrições na cruz.

Sala 2 – Precedentes, estudos e origem

A sala se divide em quatro partes.

  1. A história desde que Geoffroy de Charny conhece o santo sudário no século XIV até 1898.
  2. Os estudos mais relevantes da “síndone” – as marcas do santo sudário.
  3. Os estudos realizados desde o século I até XIV enlaçando com Geoffroy de Charny.
  4. Estudo profundo para realizar a produção do corpo hiperrealista.
Foto: Eduardo F. Xavier

 

Sala 3 – Videomaping

Há uma exposição de todo o santo sudário com imagens de todas as marcas e cada parte do corpo de Jesus com a quantidade de golpes sofridos em cada parte do corpo. Afirma-se que teria levado mais de 300 chibatadas pela quantidade de marcas.

 

Sala 4 – Sala imersiva

É uma sala de projeção em todas as paredes com todas as representações de Jesus através das artes desde o século I até os dias de hoje.

Foto: Eduardo F. Xavier

 

Sala 5 – O corpo – The Mistery Man

Esta é a sala principal onde encontramos a escultura hiperrealista a tamanho real do corpo de Jesus baseada nos critérios científicos e forenses extraído da síndone.

Esta é a única sala que não pode ser fotografada. Podemos aproximarmos da escultura, mas não tocá-la.

Foto oficial da internet, porque é proibido fotografar esta sala.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Detalhes

 

Minhas impressões

Decidi ir na exposição guiada no primeiro dia, então estávamos somente quatro pessoas, o que foi ótimo e nos deu a oportunidade de perguntar mais e estar mais tempo por ali.

A exposição é realizada dentro de uma igreja, Basílica de Santa Maria del Pi em Barcelona, uma construção gótica de princípio do século XIV, o que torna o ambiente para o evento mais especial.

Todo o percurso da exposição é perfeito, mostrando todos os estudos e conceitos de cada parte do santo sudário até chegar na estátua de Jesus. No princípio quando começamos a ver as imagens da Paixão de Cristo e escutar toda história de seu sofrimento já começa a dar um aperto no peito, depois os estudos dão uma acalmada. Logo vem os experimentos que fizeram com os corpos (reais) para saber se realmente Jesus foi pregado na cruz pelas mãos ou pelo punho (porque as marcas mostram que foi pelo punho – ver a foto do negativo), daí me deu uma impressionada novamente.

Os estudos parecem muito profundos e interessantes. Antes de entrarmos na sala principal (a mais esperada), vamos para imersão, o que deixa um clima um pouco mais leve com as artes, no entanto há uma música que me confundia os sentimentos.

Enfim, fui para a sala onde havia o corpo de Jesus hiperrealista e como já era de se esperar foi muito impactante. Das quatro pessoas, eu fui a única que não consegui me aproximar, na verdade não conseguia olhar muito. Eu olhava e desviava o olhar, tamanha era a dor que eu sentia. Comecei a chorar e minha pressão caiu, só comecei a rezar para não desmaiar e dar vexame. Funcionou.

Fiquei de lado, olhava um pouco as vezes, todos estavam em silêncio, só observando.

Depois de um tempo o guia começou a explicar algo, mas confesso que não ouvi quase nada. Quando vi que íamos terminar resolvi juntar um pouco de coragem para ir ao outro lado, porque pensei “vou me arrepender de não ter ido e depois vai ser tarde”… fui, mas mantive a distância, fiquei ali poucos segundos e continuava me segurando para não chorar copiosamente.

Logo saimos e fomos a uma sala final com um vídeo. Eu estava tão mexida emocionalmente que não consegui prestar muita atenção também. Queria sair dali para poder chorar a vontade.

Quando saí da sala o guia me perguntou “O que achou?” eu nem conseguia falar… foi difícil.

O livro The Mistery Man

Saímos dali e tivemos que fazer uma caminhada para eu conseguir me controlar um pouco.

A reação de cada um é diferente, esta foi a minha reação, um outro rapaz também se emocionou, mas os demais não.

Eu tinha comprado o livro da exposição. Cheguei em casa e abri. Desmoronei, consegui chorar tudo o que eu tive que ficar contendo na igreja e passei a noite e o dia seguinte inteiro com a imagem de Jesus ferido, daquele jeito na minha frente. Foi um dia de muitas lágrimas, mas passou.

Na verdade prefiro ter a imagem de Jesus vivo, com sua túnica, ajudando os demais… sem me esquecer, é claro de tudo o que ele passou.

Para mim Jesus sempre será meu “Modelo e Guia”.

Eu super recomendo ver a exposição, achei muito boa a experiência, mas o coração bate mais acelerado cada vez que penso nela… é para fortes, não vou negar.

 

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