Aula 06: Origem e natureza dos espíritos/ Mundo normal primitivo e ubiquidade dos espíritos

Origem e Natureza dos Espíritos

 

Origem

Os Espíritos são criados todos iguais, simples e ignorantes, com as mesmas possibilidades de evolução, porque sendo Deus justo e Misericordioso jamais poderia criar seus filhos em desigualdade de condições.

Tiveram, pois, principio, uma vez que foram criados, não podendo, assim, ter existido como Deus, de toda a eternidade. Mas como e quando foram criados não há como saber. Importa sim saber que sendo Deus eterno, tem criado sempre: o trabalho da criação não cessa nunca.

Assim, há Espíritos em infinitos graus evolutivos na sua longa jornada espiritual: – desde os mais simples, ora passando pelos estágios inferiores da escala evolutiva dos seres viventes, ora adentrando o nível dos seres conscientes e responsáveis, ora atingindo níveis espirituais mais elevados para, finalmente, atingir o objetivo pelo qual foram criados: a perfectibilidade.

 

Natureza

Os Espíritos são definidos na Codificação como sendo “os seres Inteligentes da criação que povoam o Universo, fora do mundo material” (LE, perg. 76), entendendo-se por Espíritos os seres extra-espiritual adequado ao seu estado corpórcos que se encontram no plano espiritual adequado evolutivo.

Falta ao homem termos de comparação para definir a natureza dos Espíritos. Não se pode dizer que são imateriais. O mais certo seria dizer que são incorpóreos (LE, perg. 82). Portanto, o homem é incapaz de compreender a essência dos seres espirituais e somente por um grande esforço pode defini-los. Uma vez criado, o Espírito tem diante de si a eternidade. Este fato contraria a corrente materialista, segundo a qual o corpo e a alma desaparecem com a morte e isto porque lhe é difícil conceber como uma coisa que teve começo não tenha fim.

 

Mundo Normal Primitivo

O mundo dos Espíritos constitui um mundo à parte, completamente independente do mundo corpóreo; é o verdadeiro mundo porque é permanente, eterno e sobrevive a tudo. Enquanto o mundo corpóreo se renova continuamente através das reencarnações, com o sucessivo nascimento de corpos de vida efêmera, o mundo espiritual é permanente, pois os seres que o habitam conservam a sua individualidade por toda a eternidade.

O mundo dos Espíritos é o mundo das inteligências incorpóreas, uma vez que, ocorrendo a morte dos corpos, pelas enfermidades, pelos acidentes, pelas guerras, pelos fenômenos da natureza e pelos desgastes físicos, os Espíritos retornam à sua verdadeira pátria, onde continuam evoluindo para atingir seu objetivo. O mundo espiritual poderia existir sem o mundo corpóreo, mas há necessidade de ambos porque um reage sobre o outro. Deus em Sua infinita sabedoria criou-os para que o mundo terreno seja o educandário dos Espíritos, a fim de que possam conquistar e aperfeiçoar as virtudes que os tornam seres perfectiveis.

Os Espíritos não habitam um lugar circunscrito no Universo, pois o por toda parte. Não estão encerrados no Céu ou no Inferno conforme ensinam as várias religiões. Eles habitam todo o Universo, locomovendo-se com incrivel velocidade e estão ao lado dos seres encarnados sem que estes o percebam; entretanto, existem regiões que são interditadas aos Espíritos menos evoluídos.

 

Forma e Ubiqüidade dos Espíritos

 

Forma

Allan Kardec em “O Livro dos Espíritos” esclarece, com base no ensino dos Benfeitores Espirituais, que o Espírito puro não possui forma limitada e constante aos olhos dos encarnados, mas tem para os demais. Pode-se afirmar, por analogia, que o Espírito puro é uma flama, um clarão ou uma centelha etérea (LE, perg. 88).

 

Ubiqüidade

Ubiqüidade é a faculdade de estar ao mesmo tempo em mais de um lugar. Os Espíritos não possuem o dom da ubiqüidade no sentido absoluto, pois para isso teriam de dividir-se, possibilitando cada uma de suas partes estar em lugares diferentes simultaneamente. “Não pode haver divisão de um Espírito; mas cada um deles é um centro que irradia para diferentes lados, e é por isso que parecem estar em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol, que não é mais do que um, e não obstante irradia por toda parte e envia seus raios até muito longe. Apesar disso, ele não se divide” (LE, perg. 92). Deduz-se então que cada Espírito é uma unidade indivisível que pode lançar seus pensamentos para diversas partes, sem que se fracione por isso, e neste sentido é que se deve entender o dom da ubiqüidade atribuído aos Espíritos.

 

Meu Reino Não é Deste Mundo

Pilatos, tornando a entrar, pois, no palácio, e tendo feito vir Jesus, lhe perguntou: Sois o rei dos Judeus? Jesus lhe respondeu: Meu reino não é deste mundo (João, cap. XVIII, v. 33 a 37).

 

Jesus, nesta passagem evangélica, sabia que os homens ainda não estavam adequadamente preparados para entender e aceitar os valores espirituais. Sua afirmação, embora já deixe apenas entrever aspectos da realidade espiritual, foi por Ele ainda demonstrada no decorrer de sua missão, como sendo a finalidade superior para a qual deverá voltar-se a Humanidade, tornando-se então, objeto das principais preocupações do homem na Terra (ESE Cap. II, item 2).

Deste modo, todos os ensinamentos deixados no Seu Evangelho se reportam a esta finalidade de caráter transcendental: levar o homem à conscientização de que seu verdadeiro destino está na vida futura: para tal conquista, torna-se necessário um novo objetivo: a aquisição de valores morais, mais amplos que os acanhados horizontes da vida puramente material.

 

Este é somente um breve resumo da aula. Escute o áudio completo com toda a aula narrada e uma breve explicação minha ao final de cada parte.

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