Aula 07: Perispírito, centros de forças/ Causas anteriores das aflições

Perispírito

Há nos homens três constituintes fundamentais a serem considerados:

a) O corpo ou ser material, semelhante ao dos animais;

b) A alma ou ser imaterial, Espírito encarnado;

c) O Perispírito, laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito (ver perg. 135a do LE).

 

Para dar uma idéia do que seja o Perispírito, Allan Kardec usou uma comparação muito apropriada ao afirmar: “Como a semente de um fruto é envolvida por um perisperma, o Espírito propriamente dito, também é revestido por um envoltório que, por analogia, se pode chamar de Perispírito” (LE, perg. 93).

 

O Perispírito, envoltório fluidico, semimaterial que serve de elo de ligação entre a alma e o corpo, é o intermediário de todas as sensações que o Espírito recebe e pelo qual transmite sua vontade ao exterior e atua sobre os órgãos do corpo”.(LM, item 54). A alma nunca fica desligada do seu Perispírito, mesmo após sua desencarnação,

 

Origem e Natureza do Perispírito

Origem

De onde tira o Espírito o seu envoltório semimaterial? – Do fluido universal de cada globo. E por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos, passando de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa” (LE, perg. 94).

 

Natureza

Quanto à sua natureza, é composto por uma matéria mais ou menos sutil, intangível, em virtude do seu estado fluídico; sua condensação será maior ou menor segundo a natureza peculiar a cada mundo, e segundo o grau de evolução do Espírito.

 

Um Espírito chamado a viver em determinado meio, dele extrai seu perispírito. Conforme seja esse Espírito mais ou menos evoluído, seu perispírito se formará respectivamente das partes mais puras ou mais grosseiras do fluido do próprio mundo no qual se encarna. Dai resultam três considerações importantes:

1 – A constituição intima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos;

2- O perispírito modifica-se à medida que o Espírito progride no transcorrer de suas encarnações;

3- Os Espíritos superiores, encarnando-se em missão em um mundo inferior à sua condição, têm naturalmente um perispírito menos grosseiro que os demais.

 

Propriedades do Perispírito

a) Quanto à Forma

Expansibilidade e Flexibilidade

Pela sua natureza fluídica, semimaterial, o perispírito possui estas características, pois ele não se encontra preso ao corpo material como se estivesse em uma caixa. Submete-se à vontade do Espirito, e é assim que ele se apresenta em sonhos ou no estado de vigília, podendo inclusive tornar-se visível e até mesmo palpável. Por ser de extrema plasticidade, irradia-se para o exterior e forma em torno do corpo material uma atmosfera, que o pensamento e a força de vontade podem dilatar ou contrair.

 

Assimilação

O perispírito tem a propriedade de assimilar os fluidos do ambiente.

 

b) Quanto à Densidade

Nos Espiritos mais evoluidos, sua natureza é menos densa, enquanto que nos Espíritos mais inferiores o perispírito é mais grosseiro.

 

Penetrabilidade

É a faculdade que o Espírito tem, através do perispírito, de entrar em qualquer ambiente. O mundo material não lhe apresenta obstáculos da qualquer espécie.

 

Funções do Perispírito

1) Modelo Organizador Biológico

O perispírito é o molde ou arcabouço do corpo fisico, através do qual o Espírito, enquanto agente modelador, irá comandar fluidicamente as células que se condensam no corpo carnal. Para ser mais exato, é preciso dizer que é o próprio Espírito que modela o seu envoltório e o apropria às novas necessidades; aperfeiçoa-o, desenvolve-o e completa o organismo à medida que experimenta a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, talha-o de acordo com a sua inteligência (A Gênese, Cap. XI, item 11).

 

2) Adaptação às Circunstâncias Ambientais:

Sendo intermediário entre o Espírito e o corpo físico, o perispírito permite ao Espírito o acesso, a adaptação às circunstâncias ambientais, recebendo sensações do Espírito, e ao mesmo tempo transmitindo sua vontade sobre os órgãos do corpo fisico.

 

3) Registro das Vivências

Tudo o que o Espírito percebe e vivencia no ambiente natural, o perispírito registra em si mesmo, como uma memória orgânica que guarda toda atividade reflexa e automática. Portanto, sob o aspecto biológico, o perispírito é o arquivo das alterações fisicas; sob o aspecto moral, ele é apenas a exteriorização dos pensamentos do Espírito, revelando assim seu grau de evolução espiritual.

 

Centros de Força

O Universo é uma conjunção de leis, forças e energias inimagináveis, em incessante movimento de ação e reação, no processo de desintegração, combinação, modificação e renovação dos elementos que o constituem. Inserido na dinâmica desse ambiente existe o homem, cujo universo orgânico se nutre e se mantém pela absorção de energias que irradiam de infinitas fontes cósmicas, desde o Sol, a mais próxima, as que procedem do fundo do espaço infindo, acrescentando-se ainda as energias produzidas pelo meio fisico.

Essas energias são absorvidas pelos chamados “centros vitais” ou “centros de força”, pois assim como o corpo físico possui seus órgãos fundamentais que lhe regulam a vida material, o corpo perispiritual possui, de forma equivalente, determinados fulcros de energia denominados “centros de força”.

Desta forma, através da qualidade de nossos pensamentos equilibram-se as forças vitais, ao passo que a viciação da mente desarmoniza os centros de força. Disto decorre a importância da elevação dos pensamentos, no sentido de imprimir qualidade aos fluxos energéticos que assimilamos dos mananciais do universo. Pensamentos saudáveis vitalizam o corpo físico, ao mesmo tempo que dinamizam os centros de força que ordenam a vasta rede dos processos de manifestação da inteligência. Para melhor entendimento, pode-se classificar os centros de força segundo suas atividades psíquicas ou fisiológicas:

 

Centros de Força responsáveis pelas atividades psíquicas

Coronário:

Localizado na região central do cérebro:

– assimila os estímulos do Plano Superior

– orienta o metabolismo orgânico

– supervisiona os outros centros vitais

 

Frontal:

Situado na fronte:

– ordena a vasta rede de processos de manifestação da inteligência

– viabiliza as atividades dos órgãos dos sentidos, administrando assim o sistema nervoso e o sistema endócrino

 

Centros de Força responsáveis pelas atividades fisiológicas

Laríngeo

Situado na altura da garganta:

– preside notadamente as atividades de respiração e fonação

 

Cardíaco

Situado na região pré-cordial:

– dirige a emotividade e é responsável pelo equilibrio geral do sistema circulatório.

 

Esplênico

Situado na região do baço

– regula a distribuição e circulação adequada do volume sanguineo

– responsável pela atividade do sistema hepático.

 

Gástrico

Situado na região do estômago

– responsável pela digestão e absorção de alimentos

 

Genésico

Situado na região do baixo-ventre:

– responsável pelas energias criadoras

 

 

Causas Anteriores das Aflições

E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os discípulos lhe perguntaram:

– Rabi, quem pecou, este ou seus pais para que nascesse cego? (João 9:1-2).

 

Deduz-se pela pergunta dos apóstolos, que eles admitiam existir uma causa anterior para que aquele homem nascesse cego. Os sofrimentos da vida têm sempre uma causa e essa causa pode ter duas origens: umas estão na vida presente e outras em vidas pregressas.

Face à Justiça Divina, a tese de que o Espírito somente encarna uma vez enfrenta dificuldades intransponíveis para explicar anomalias, quais sejam a perda de entes queridos, a desencarnação precoce de chefes de família, reveses da fortuna, flagelos naturais, enfermidades incuráveis, doenças de nascença, idiotia, deformações físicas e outras modalidades de sofrimento inclusive de ordem moral, frustrando todas as medidas preventivas quer pela prudência, quer pela precaução.

A luz da teoria da reencarnação, porém, tudo é facilmente explicado; e com lógica, pois que “a cada um será dado segundo suas obras”.(Tiago 2:4-18 e 2:24-26; Pedro 1-17; Apocalipse 20:12-13). Não existindo efeitos sem causa, e não se encontrando explicações para as aflições na vida atual, é lógico que se deve remontar às vidas passadas, onde elas tiveram as suas raízes. Essa conclusão está conforme a justiça de Deus.

As provas e expiações são decisivas para a elevação dos Espíritos e além de guardar intima relação com suas condutas em vidas passadas, levam-nos a compulsoriamente se reencontrarem a si próprios. Aos sofrimentos por causas anteriores, juntam-se, muito frequentemente, os que são conseqüências das faltas atuais, de modo que tanto as faltas cometidas em vidas pretéritas, como as que são praticadas na vida presente, sempre requerem reajustes, pois estão de conformidade com a sentença evangélica:“Quem com a espada fere, com espada será ferido” (Mt 26:52), equivalente à Lei de Ação e Reação.

Assim, o homem que foi perverso e desumano em vidas passadas, poderá vir a ser tratado com dureza e desumanidade na vida presente; o que foi avarento e perdulário e que fez mau uso da fortuna, poderá renascer em condições de sofrer a falta do necessário, se foi um filho rebelde e ingrato, poderá vir a sofrer idêntico tratamento por parte de seus filhos; se foi um criminoso obstinado, poderá enfrentar duras conseqüências na vida presente.

Deste modo, deve-se considerar que as provas e expiações sofridas pelos Espíritos são decisivas para a sua elevação e guardam íntima relação com o que eles fizeram em vidas passadas e o que devem fazer para melhor se reencontrarem a si próprios.

 

Este é somente um breve resumo da aula. Escute o áudio completo com toda a aula narrada e uma breve explicação minha ao final de cada parte.

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