Desastres naturais

As crianças tinham que fazer um trabalho para levar para a casa espírita, que representasse uma mensagem referente aos desastres naturais que estão acontecendo no mundo (terremotos, tsunamis, nevascas etc.).
Muitas crianças levaram cartazes, maquetes, encenaram peças teatrais e cantaram músicas.
Laurinha resolveu levar um bolo que pediu para fazer junto com sua avó.
– Laurinha, o que você trouxe?
– Eu trouxe esse bolo.
– Mas o que tem a ver o bolo com os desastres? – perguntou Guilherme.
– Tudo! Pra fazer o bolo usamos o liquidificador, que representa os tremores, os tsunamis, daí todas as coisas são colocadas junto e mudam de forma, igual ao terremoto que deixa tudo remexido. Depois a gente coloca mais ingredientes e faz as coisas e pessoas se unirem. Quando a gente coloca no forno é porque os ingredientes já estão juntos, tentando lutar pra construir algo novo.
– Muito bem, Laurinha, gostei do seu exemplo – falou a professora.
– Eu também – disse sua amiga Ana.
– Agora pra fazer de conta que todo mundo é bonzinho, a gente reparte o bolo com todos da sala e faz aquele negócio de “solidanidade”.
– Como?
– Aquele negócio que falam na televisão, que eu não sei o que é, mas minha mãe disse que se eu repartisse o bolo e desse um pedaço pra cada um, era essa palavra aí.
Pedro, que ouvia tudo, disse:
– Solidariedade!
– Isso mesmo! – gritou Laurinha. – Foi o que eu tentei falar.
– Ah! Realmente, isso é solidariedade, dividir o que temos com quem não tem – disse a professora.
– Tudo bem que a solidariedade acaba quando as pessoas começam a brigar pelo primeiro pedaço, não é professora? – disse Ana.
– Sim, brigar não é solidário.
– Mas o bolo é um exemplo bom pra falar de desastres naturais, professora? – perguntou Laurinha.
– Sim, é um ótimo exemplo.
Quando todos já estavam comendo o bolo, Laurinha disse:
– Só não vai ser bom comer o bolo se ele estiver quente. Porque dali a algumas horas começa a dor de barriga! Daí começa outro desastre natural.

Texto do livro: Tem espíritos no banheiro?

 

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