Introdução sobre as histórias da Laurinha

Todo o meu envolvimento com jovens e crianças começou quando eu tinha apenas 15 anos. Foi quando comecei a trabalhar como palhaça em festas infantis, com brincadeiras, pinturas faciais, esculturas em balões e música. Era uma atividade que eu adorava, tanto que a realizei por dez anos.

Por conhecer esse meu trabalho, certa vez uma pessoa do centro espírita pediu para que eu fosse entreter as crianças com brincadeiras logo depois das aulas de educação espírita. Re­solvi ir, mas não passou muito tempo, a edu­cadora se afastou por problemas particulares, tendo de ser substituída.

Mas quem a substituiria? Na falta de outra vo­luntária, recebi a “intimação”. Claro que pensei que aquilo não iria dar certo, porque eu sabia divertir crianças e não educar. Foi então que co­nheci uma senhora muito amável, que além do conhecimento espírita, era uma sábia e nata edu­cadora: a dona Albertina Garcia, carinhosamen­te conhecida como Betina. Foi ela quem me fez entender que educar deve ser uma ação, antes de mais nada, recheada de alegria e motivação!

Teatro, música, dança, jogos de cartas persona­lizadas, roleta, vídeos, caminhos com obstáculos e muitas outras atividades eram bem-vindas nas salas de aula. Enquanto nos divertíamos, juntos aprendíamos sempre mais sobre o espiritismo.

Quando minha turma cresceu um pouco, criamos um jornalzinho que funcionou como uma grande motivação para que os alunos pes­quisassem temas diferentes e mais sobre o que haviam aprendido.

Eu permanecia motivada, mas o desafio cres­cia a cada dia. Estudava a doutrina, me aprimo­rava em técnicas, frequentava palestras, cursos de evangelização infantil e também de comuni­cação. E foi em um desses encontros de profis­sionais da comunicação espírita que conheci a editora do jornal espírita Correio Fraterno, por quem fui convidada a escrever.

Agradeci o convite, e ainda não havia escrito nada, quando recebi um novo convite, dessa vez para participar o Congresso de Pedagogia Espírita, em Santos. Ela me oferecia hospeda­gem, carona e tudo o mais. E eu fui!

Durante toda a viagem, ela me incentivou por diversas vezes para que eu escrevesse textos para publicação. Embora eu tivesse formação na área de comunicação social, eu não conseguia me ver escrevendo para um periódico, ainda mais para um jornal espírita de tradição.

Mas certo dia, dei o ok. Resolvi escrever ba­seando-me em minha vivência com as crianças, em seus comentários, dúvidas, e também em meus questionamentos e de outras pessoas. As­sim nasceram as histórias de Laurinha, criança astuta que já fazia parte da minha vida, porque todo mundo tem uma Laurinha dentro de si, que deseja fazer perguntas, muitas perguntas, se expor, criticar, e nem sempre tem coragem. Ain­da mais fazendo parte do mundo dos adultos.

O fato de serem histórias de humor não sig­nifica que os assuntos abordados tenham pouca importância ou profundidade. Demonstram que podemos estudar Kardec, os fundamentos do espiritismo sem perder a alegria e o bom humor.

Espero que gostem da Laurinha, das histórias e de todas as confusões que ela faz. Divirtam-se!

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